Saiba como determinar aquilo que se encaixa nos seus objetivos e seu bolso
É inegável que muitas pessoas aqui no Brasil nutrem o sonho de ter um imóvel próprio, aquele cantinho para chamar de seu. Muitas vezes, quando alguém vai alugar apartamento na Vila Mariana, se pega pensando que aquele dinheiro que vai para pagar a locação do espaço é um dinheiro perdido e em uma coisa que não é sua.
Contudo, algumas pessoas, sobretudo alguns especialistas em assuntos financeiros, discordam disso, afirmando que alugar pode, ao menos em um primeiro momento, a curto e médio prazo, pode ser mais vantajoso para a pessoa. Afinal, qual dessas duas opções é a melhor: aluguel ou financiamento de imóvel? Confira.
Quando é que comprar um imóvel é mais interessante?
De acordo com Luís Calado, mestre em Administração de Empresas e economista e doutor em finanças (FEA – USP), explana que quando alguém faz um financiamento, ele está recebendo um valor sobre o qual serão cobrados juros. Todos os meses, terá de pagar as parcelas desse financiamento, até que finalmente quite, de forma integral, todo o financiado.
Cada parcela é composta de dois elementos: os juros e a amortização. A amortização nada mais é do que a parte do recurso que está sendo devolvida à instituição financeira. Por outro lado, os juros funcionam como uma espécie de aluguel do dinheiro que cai sobre o saldo da dívida. É aquilo que se chama de saldo devedor.
Ou seja, sempre que alguém paga uma parcela do financiamento, estará pagando não somente os encargos do auxílio em questão, mas igualmente estará amortizando, ou seja, devolvendo uma parte do dinheiro que foi tomado no financiamento.
Cada banco determina o seu limite para o valor máximo que será financiado para a aquisição do imóvel, além de definir também o prazo para pagamento e as tarifas. Entretanto, em termos práticos, as taxas de juros cobrados pelos bancos variam de 4,5% a 14% anuais.
A forma como a prestação será calculada é determinada pela modalidade de sistema de amortização que será empregado por meio do contrato de financiamento. A depender da instituição financeira e do tipo de financiamento, o sistema de amortização será diferente.
Para reduzir as taxas do financiamento, o mais indicado é obter uma tarifa mais vantajosa e prestar atenção no sistema de amortização escolhido. As linhas de crédito imobiliário são compostas por uma taxa de juros acrescidas da Taxa Referencial (TR). Hoje em dia, essa TR está zerada e, portanto, não eleva os custos totais do contrato de financiamento.
Analisando as vantagens
Tendo tudo isso em consideração comprar um imóvel ao invés de correr atrás de casas para alugar em São Paulo é vantajoso quando o valor das parcelas, acrescidas de juros, taxas, tarifas e encargos envolvidos, tem um valor bem próximo ao do aluguel.
Mas não é só isso. Se seu propósito por construir um patrimônio, comprar pode ser mais benéfico. Se o imóvel foi bem adquirido, historicamente dentro do mercado imobiliário ele tem muitas chances de ter uma boa valorização.
Além disso, é ótimo para quem gosta e quer personalizar o lugar ao seu gosto, fazendo diversas mudanças e melhorias para deixa-lo mais com a sua cara.
Ademais, o financiamento imobiliário é um dos créditos mais baratos que existe. Ele pode ser um investimento, pois você pode compra-lo e aluga-lo, conseguindo assim uma renda mensal ou então vende-lo posteriormente.
E quando vale a pena alugar?
Por incrível que pareça, há sim muitas vantagens em se alugar um imóvel. A velha ideia largamente espalhada de que o aluguel é dinheiro jogada fora não é verdade. Esta é uma percepção equivocada. Tudo dependerá do momento em que você se encontra e dos seus objetivos.
Para começar, normalmente o valor do aluguel é bem mais barato que o valor da parcela de um financiamento. Pense no seguinte exemplo: você quer morar uma casa com 3 quartos e duas vagas na garagem, em um bairro de nível médio, no interior do estado de São Paulo. O valor aproximado é por volta de R$1.800,00.
Agora, uma casa à venda, com as mesmas características, pode ter o valor das parcelas estimado em R$2.800,00, contabilizando-se todos os juros, tarifas e afins. Ela é evidentemente mais alta que o valor do aluguel.
Você pode perfeitamente alugar uma casa similar por R$1.800,00 (ou até um pouco menos) e essa suposta diferença ser investida e trazer bons rendimentos, mais do que a diferença do aluguel para a parcela ou até mais do que o valor da parcela. Esse rendimento pode ser usado para alugar um imóvel ou até guardado para comprar um futuramente, caso queira.
Se você tiver um dinheiro guardado, pode investi-lo, por exemplo, em um fundo com uma rentabilidade razoável e usar esse rendimento para pagar o aluguel.
Além disso, a locação não te permite ficar personalizando o imóvel ao seu bel prazer. Entretanto, alugar um imóvel é algo que proporciona mais flexibilidade e facilidade. Como o contrato de locação tem uma duração limitada, caso você não queira mais morar naquele bairro ou cidade, tem uma liberdade maior para isso.
Outro ponto importante é que o aluguel pode ser mais interessante em contextos onde você se encontra em uma incerteza na vida profissional. Se existe a possibilidade de ser transferido para outra localidade ou simplesmente sua vida financeira não está estável, o aluguel é a melhor pedida.
A decisão
A decisão sobre qual opção seria a melhor dependerá de alguns fatores pessoais e profissionais. Se você tem uma vida profissional e financeira estável, pretende se fixar em um único lugar, tem condições de pagar parcelas mensais, pode juntar dinheiro para dar de entrada e tem vontade de construir patrimônio, os juros são baixos, então financiar é a melhor alternativa.
Contudo, se os juros do financiamento estiverem elevados, se você ainda não tem uma fonte de renda estável, se não tem como dar um valor de entrada, se sua vida profissional demanda mudanças e/ou você não quer se fixar num lugar só, então alugar é mais vantajoso.
Agora você já tem em mãos as informações que te ajudarão a decidir se você vai comprar ou alugar um imóvel. Curta e compartilhe esse post em suas redes sociais!